quinta-feira, 11 de março de 2010
ROMEU CORREIA
Romeu Henrique Correia (1917-1996) nasceu e faleceu em Almada.
Trabalhou 35 anos no BNU.
É, sem dúvida, um dos mais ilustres empregados do Banco Nacional Ultramarino.
Começou como cobrador, pelas ruas de Lisboa, andanças que o inspiraram para as suas obras.
A sua obra está traduzida em numerosas línguas e tem sido objecto de teses académicas, em universidades portuguesas e estrangeiras.
Em 1962 e 1975, recebeu o prémio Casa da Imprensa; em 1984, o Prémio de Teatro 25 de Abril, da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro; e em 1962 o Prémio da Crítica pela peça O Vagabundo das Mãos de Oiro.
Obras: Sábado sem Sol (contos, 1947), Trapo Azul (romance, 1948); Calamento (romance, 1950); Gandaia (romance, 1952); Casaco de Fogo (teatro, 1953); Desporto-Rei (romance, 1955); Céu da Minha Rua (Isaura) (teatro, 1955); Laurinda (teatro, 1956) Sol na Floresta (teatro, 1957); O Vagabundo das Mãos de Oiro (teatro, 1960); Bonecos de Luz (romance, 1961); Bocage (teatro, 1965); Jangada (teatro,1966); Amor de Perdição (teatro, 1966) 3 Peças de Romeu Correia: Laurinda, Sol na Floresta e Céu da minha rua (teatro, 1968); O Cravo Espanhol (1970); Roberta (1971); Francisco Stromp (biografia, 1973); José Bento Pessoa (biografia, 1974); Um Passo em Frente (contos, 1976), Os Tanoeiros (nova versão de Gandaia)(romance, 1976); Homens e Mulheres Vinculados às Terras de Almada – nas artes nas letras e nas ciências (história, 1978); As Quatro Estações (teatro, 1981) Jorge Vieira e o Futebol do seu tempo (biografia, 1981) Tempos Difíceis (teatro, 1982); O Tritão (romance, 1982),; Grito no Outono (teatro, 1982); O Andarilho das 7 Partidas (teatro, 1983); O 23 de Julho (narrativa, 1986) Portugueses na V Olimpíada (ensaio, 1988); Cais do Ginjal (novela, 1989); Palmatória (1995).
Em 1958, a sua peça Céu da Minha Rua foi transmitida pela RTP, com Amália Rodrigues no papel principal.
Em Almada é divinizado.
A prova disso é:
Escola Secundária Romeu Correia
Forum Municipal Romeu Correia
Lembro-me muito bem dele na sede do BNU, embora não tivesse privado com ele.
Quem o conheceu de perto, admira-o como um grande homem, humilde na sua vasta cultura e preparação literária.
O Sr. França foi um dos privilegiados que privaram com ele no BNU.
Diz o Sr. França que ele esteve sub-aproveitado no Banco até ao 25 de Abril, só porque ele não era da situação.
Quando veio a revolução, o Romeu Correia estava a contar cupões dos títulos na cave da sede. Depois do 25 de Abril, foi colocado em lugar mais condigno da sua categoria e terminou no Departamento de Inspecção, onde se reformou.
O Sr. França diz que costumava parar com ele no Salão Império, junto às escadinhas do elevador de Santa Justa e lhe ofereceu um livro que ainda guarda.
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Vamos dar a conhecer este blogue, partilhar com todos os ex-BNUs e interessados...difundi-lo via Ass.Antigos Empregados BNU será possível?
ResponderEliminarParabens Rito Pereira, pela excelente homenagem ao grande escritor Romeu Correia.
ResponderEliminarComo bem salientaste, as grandes personalidades são geralmente modestas e humildes, e o Romeu Correia era bem um exemplo disso.
Tal como era o caso do grande artista e compositor Carlos Paredes, que se tivesse vivido noutro país europeu tinha tido todas as condições para se dedicar inteiramente à sua arte, e aqui, devido à perseguição da ditadura, era obrigado a trabalhar nas caves do Hospital de S. José a arquivar radiografias, e só à noite lhe era permitido ensaiar as extraordinárias músicas que compunha e executava.
Lembro que logo a seguir ao 25 de Abril fui procurá-lo para o convidar para um espectáculo organizado pelo nosso Sindicato e fiquei impressionado com o lugar horrível onde trabalhava.
Ainda relativamente ao Romeu Correia, tive o previlégio de privar com ele, e recordo que geralmente passava as horas de almoço a escrever numa mesa situada ao fundo de uma pastelaria ( que já não recordo o nome ) que existia junto às escada do elevador de S.Justa.
Um grande abraço e obrigado pelas recordações que nos vais trazendo.
Joaquim Matos
Então, a pastelaria é o Salão Império que refere o Sr. França.
ResponderEliminarOlá Dr. Rito mais uma vez muitos parabéns pelo seu trabalho que merece ser reconhecido por todos nós colegas do BNU.
ResponderEliminaré gratificante verificar que há quem se empenhe
ResponderEliminarpara que o BNU não seja esquecido.