sexta-feira, 29 de outubro de 2010

BANCO NACIONAL ULTRAMARINO NO BRASIL

O Banco Nacional Ultramarino iniciou a sua actividade no Brasil em 1913, com a abertura de uma Filial no Rio de Janeiro, à qual se seguiu uma Agência na mesma cidade, em 1915.
A decisão que a Administração do BNU então tomou de se estabelecer no Brasil teve a ver directamente com o grande volume de transacções que então se efectuavam entre o Brasil e Portugal e com a perspectiva do seu crescimento.

(clicar na imagem para ampliar)BNU Rio de Janeiro

Após o início da sua actividade e dada a boa aceitação junto do público, iniciou então o banco uma expansão progressiva, com a abertura de novas Filiais e Agências.

BNU Rio de Janeiro

Assim, abriram as Agências de S. Paulo e Santos em 1916, Belém, Recife, Campos, Pernambuco e S. Salvador em 1917, Manaus e Paraíba do Norte em 1918 e Porto Alegre, bastante mais tarde, em 1953, ano em que decorriam já negociações para a constituição de um novo banco - O Banco Ultramarino Brasileiro - cujo capital foi na sua quase totalidade, subscrito pelo Banco Nacional Ultramarino.
Decorreram pois quatro décadas entre a abertura da primeira Agência do BNU no Brasil e a transformação de todas as suas Filiais e Agências num novo Banco, ao longo das quais a sua actividade foi marcada por diferentes períodos, que iremos aqui abordar de uma forma muito sumária.

BNU Manaus

Fazendo uma breve análise dos relatórios existentes no Arquivo Histórico do BNU, verifica-se que houve duas fases bem distintas da actividade do BNU no Brasil. A primeira foi uma fase difícil, de aprendizagem do meio, que trouxe ao Banco bastantes prejuízos e graves dificuldades; a segunda, beneficiando da experiência anterior, orientou-se por padrões bastante diferentes, atingindo resultados favoráveis.

BNU Cidade Nova

Assim, o período de 1913 a 1938 corresponde ao desenvolvimento da actividade bancária em condições muito difíceis, condicionada não só por graves crises financeiras e económicas que se fizeram sentir antes e depois da I Guerra Mundial, mas também por uma administração local com alguma desorientação, sem um plano de conjunto, e sem uma organização centrada, o que ocasionou grandes perdas materiais. Esta situação levou mesmo ao encerramento de algumas Agências poucos anos após a sua abertura e a prejuízos resultantes de operações mal encaminhadas e de operações cambiais desastrosas. Em números redondos, cifrou-se em 2 milhões de libras esterlinas (nessa época representando ouro - metal) o montante de prejuízos acumulados pela Sede, por força desta situação verificadas durante os primeiros 25 anos de actividade.
Consta dos relatórios, que o ano de 1939 entrou com um capital de 9 000 contos de réis, um activo repleto de contas duvidosas e perdidas e um pequeno saldo em lucros e perdas de pouco mais de 390 contos.

BNU Manaus

É só a partir desta altura que o BNU no Brasil, auxiliado pela Sede com a remessa de acções das suas afiliadas de Londres e Paris, vai começar uma época de franca recuperação, de tal modo que, em 1945, foi possível transferir para Portugal parte dos resultados obtidos, deixando no Brasil, em amortizações, reservas e outras disponibilidades a quantia suficiente para a formação do Banco Ultramarino Brasileiro SA.
Este novo Banco, constituído com um capital na sua quase totalidade subscrito em acções do BNU, surgiu devido à necessidade de uma nova estruturação legal, forçada pelos termos do último contrato do BNU com o Estado Português e por conveniência da Administração. O pessoal afecto ao novo banco transitou quase na sua totalidade do BNU, salvo algumas modificações de cúpula, tendo continuado com a mesma orientação e processos de trabalho.

BNU Paraíba do Norte

Iniciado o Banco Ultramarino Brasileiro, em Janeiro de 1954, verifica-se um aumento espectacular das receitas. O facto das filiais do BNU terem sido transformadas em Banco autónomo, não só lhes deu maior flexibilidade na sua actuação local como lhes permitiu uma melhor adaptação ao meio.
Quando em Agosto desse ano, os acontecimentos políticos brasileiros, que culminaram com o suicídio do Presidente Vargas, provocaram levantamentos que traduziam o receio de certas perturbações internas, o Banco satisfez, com grande margem, todas as solicitações apresentadas aos seus balcões. Restabelecida a confiança política, continuou o Banco em franca ascensão.
Em 1967 começou o BNU a ser abordado no sentido de ceder a sua posição no Banco Ultramarino Brasileiro. As negociações para esta cedência arrastaram-se até 1970, ano em que o Banco Ultramarino Brasileiro é incorporado no Banco Andrade Arnault, do Rio de Janeiro, terminando assim o Banco Nacional Ultramarino a sua presença no Brasil.

Lídia Barros

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

OLÍMPIA MORAIS



Anabela, gostei imenso de ler a homenagem que fizeste ao Dr. Herlânder Machado, que eu corroboro inteiramente. Eu nunca tinha sido secretária e tinha vindo de Moçambique há cerca de um ano, qundo um dia recebi um telefonema do Director do Pessoal Peres da Silva, a dizer-me para no dia seguinte me apresentar na Sede do BNU na R. Augusta, para falar com o Dr.Herlânder Machado, Director-Coordenador e Secretário Geral. Tinha sido uma amiga minha tb de Moçambique que me recomendou ao Sr.Dr., a São Vieira. Sem o Dr. Herlânder me conhecer de lado nenhum, requisitou-me ao Peres da Silva. Tudo o que aprendi, pq nunca tinha sido secretária mas sim trabalhava no Serviço de Pessoal em Lourenço Marques, foi com o auxílio e a bondade que o caracterizava que me fiz uma zelosa e dedicada secretária como Ele queria q eu fosse. Suponho que o fui, pq nunca tive uma queixa, mas sim elogios. O Dr. Herlânder foi um Chefe fantástico, que me deixou mta saudade pela sua maneira de ser e de tratar com as pessoas e tive ainda a grande tristeza de o acompanhar desde o início da sua doença mortal até ao fim da mesma. Tenho pela Família uma grande amizade e sabes Anabela que te pergunto pela esposa, filha e netos.Uma palavra para o Dr. Rito Pereira: fiquei felicíssima pelo blog do BNU, onde todos os dias venho pesquisar tudo o que ao meu Banco diz respeito e visto imensas pessoas conhecidas daquele tempo e matar saudades. Dr.Rito Pereira eu sou a Olímpia Morais, chamavam-me Bébé, deve-se lembrar, pq falava mto consigo.Continue para a frente para q o BNU seja sempre lembrado, como tanto o merece. Um abraço.
Olímpia Morais

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Drª MARIA GALHARDO

Boa noite,Dr.Rito.

Permita-me que rectifique o nome da Dra. Galhardo, com quem tive o prazer de trabalhar nos Estudos Económicos.
Chamava-se Maria d'Aguiar Moreira de Castro Galhardo, era natural de Oliveira do Conde e foi um senhora inteligentíssima que trabalhou no BNU até ao 25 de Abril, tendo regressado a esta Instituição, após gde sofrimento em Maputo... Para além de trabalhar no BNU, tb deu aulas na Fac Direito de Lx e cantou no Coro Gulbenkian, colaborando com editoras e, publicando mesmo.
O cancro da mama surpreendeu-a, não por falta de cuidado da sua parte, mas talvez, porque tivesse de morrer cedo, uma vez mais enfrentando a dor, com gde sofrimento e coragem da sua parte! Viria a falecer no Hospital Inglês, em Lisboa, deixando saudades e uma enorme admiração por parte dos seus amigos, familiares e colegas, quer pela sua inteligência, quer pela sua gde determinação, ao longo da sua tão breve vida...
Que descanse em paz, é somente o que peço a Deus.
Bem haja, por ler esta simples rectificação.
MªAlice Dias da Silva

5 de Outubro de 2010 23:49



Também tenho muitas saudades da Dr. Maria Galhardo. Quando entrei no contencioso, no Caracol, ela já tinha regressado de Moçambique e era directora no nosso Contencioso.
A última vez que a vi e falei com ela foi precisamente na escada à entrada do edifício do Caracol. Eu ia a entrar e ela vinha a sair. Nunca mais me esqueci deste encontro. Ela perguntou-me qualquer coisa relacionado com processo civil e eu fiquei tão inchado por esta pergunta de uma pessoa tão importante que nunca mais esqueci.
Fixei também esta conversa porque depois não a voltei a ver. Passados dias foi internada no hospital e todos ficámos surpreendidos pela morte que não nos parecia tão imediata.
Obrigado Maria Alice, por nos dar esta achega.
São pessoas como a drª Galhardo que merecem lembrança e a nossa homenagem.