sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

NAMPULA

Em Março de 1951, o Governador do Banco Nacional Ultramarino, Francisco Vieira Machado, escreveu um ofício confidencial à Inspeção do BNU em Lourenço Marques a ordenar a deslocação a Nampula para arrendar uma casa para instalação dos serviços do Banco e também outra ou a mesma para residência do gerente. Parece que a abertura de agência em Nampula era pedida pelo Governo de Portugal, mas o BNU não acedia com muita convicção, porque em Nampula só havia "funcionários e pequenos comerciantes".


E então, em 8 de Agosto de 1951, lá abriu a agência de Nampula do Banco Nacional Ultramarino

O gerente, Virgolino José Pimenta, abriu a agência com o seguinte pessoal:
Gerente: virgolino José Pimenta
Guarda livros: Aníbal dos Reis Hipólito
C. Secção: António José de Brito
Caixa: Agostinho Alves de Carvalho
2º Escritº: Joaquim Alves Barreto
2º Escritº: Raul Carvalhais Antero da Silva
3º Escritº: Alberto d'Almeida Coelho
3º Escritº Abel Pires da Gama neves
4º Escritº Guilhermino Ribeiro Vilela

Segundo resulta do 1º relatório do gerente, feito em Fevereiro de 1952, o trabalho da agência era de tal ordem que se tornava imperioso aumentar o quadro de pessoal. 


Apresentamos fotos da sede da agência do BNU em Nampula. 




Em 1964, a agência do BNU de Nampula era uma grande agência bancária com atividades e quadro de pessoal que lhe permitiu fazer grandes comemorações do centenário do BNU, como vemos pelas fotos seguintes.

missa do centenário do BNU em Nampula

missa do centenário do BNU em Nampula
catedral de Nampula
A catadral de Nampula foi sagrada em 23.08.1956 pelo cardeal D. Teodósio e foi dedicada a Nossa Senhora de Fátima.
Ficou famoso o seu bispo, D. Manuel Vieira Pinto, que foi sagrado bispo na Igreja da Trindade no Porto em 9 de Junho de 1967 pelo cardeal Fürstenberg, assistido pelo arcebispo de Cízico e o administrador apostólico do Porto.  Era um homem de convicções fortes e não se coibia de falar apesar da censura. Atualmente é arcebispo emérito (=reformado) de Nampula.
As celebrações do 1º centenário do Banco em Nampula tiveram não só missa como um grande almoço e convívio de todos os empregados do banco e respetivas famílias










Houve atividades desportivas e distribuição de prémios

prémiados









baile do centenário


Comemorações do centenário - beberete - entrega de prémios

TRABALHO






Gabinete de inspeção - é um quarto interior

serviços de expediente

contabilidade

Serviços de expediente.
"Veja-se a proximidade do balcão em relação aos empregados
e a distância das secretárias uns para os outros"

Quem tirou as fotografias foi o Morais - técnico fotógrafo de Nampula.

 Fica aqui o seu carimbo para quem quizer copiar. Tinha uma certa pose.



A propósito deste almoço homenagem escreveu um dos elementos da Casa Dias, no seu blog casadias-nampula:
"A Casa Dias tinha uma óptima relação com os bancos em Nampula, mas com o BNU havia uma relação muito mais que institucional.
No mundo dos negócios nada acontece por acaso, e esta ligação começou pouco antes do Natal, no princípio dos anos 60.
Depois da loja fechar e depois de terem ido a casa jantar, o meu pai e o meu tio Francisco, voltaram para a loja.
Era época de Natal e estava um camião de brinquedos, à porta, para descarregar, como era habitual nessa altura, os dois descarregaram os camião, colocando as caixas no chão à porta da loja, para depois as carregar para dentro.
Estavam já a levar as caixas para dentro da loja, quando passou à porta da loja um director do BNU que estava de visita a Nampula, foi falar com os dois irmãos e ficou impressionado com o afinco no trabalho que eles mostravam. Pediu-lhes para aparecerem no banco no dia seguinte.
Assim foi, no dia seguinte estavam no banco e foi-lhes oferecido um financiamento.
Segundo conta o meu pai, perguntaram-lhes que montante precisariam, ao que o meu pai respondeu (atirando um número mais ou menos ao calhas, mas elevado): "cem contos". Como resposta recebeu: "Vamos pedir 200 contos!" A autorização para os empréstimos passava pelo cunho da Metrópole, mas o aval era dado pelos directores e gerentes em Moçambique.
Foi pouco depois concedido à Casa Dias um financiamento de 150 contos. Ao que parece bastante dinheiro para a época!
Assim começou a ligação entre dois parceiros e que continuou ao longo dos anos.
A Casa Dias oferecia tradicionalmente um jantar de homenagem ao BNU, por altura no seu aniversário".

A Casa Dias era proprietária do  "luxuoso restaurante - cocktail - Bar Bagdade"
Então, ali está o gerente da agência, Celso Paiva., no centro do almoço, sempre com a sua presença de homem elegante e de esmerado porte.


 Foi no Bagdade a festa de despedida do Sr. Celso Paiva em 1972



Palavras para quê? um homem feliz rodeado por beldades...
Com o administrador Dr. Samuel Sanches