domingo, 27 de junho de 2010

BNU - Estado da Índia Portuguesa - Moedas de Rupias

Ao ler o artigo publicado pelo Rito Pereira sobre o BNU na Índia, lembrei-me de contar um episódio interessante relacionado com as moedas de rupias em prata que faziam parte dos valores que o Sr. Jorge Anastácio conseguiu trazer para Portugal, antes da anexação do Território pela União Indiana, em 1961.
Apesar dos objectos mais valiosos terem sido devolvidos pelo Estado Português ao Estado da Índia, ficaram na posse do BNU cerca de 230.000 moedas em prata, guardadas num cofre do edifício da Sede do BNU na Rua Augusta.
Pelo facto de, pela sua raridade, as moedas poderem ter grande procura no mercado de numismática, em 2003 sendo responsável pela Tesouraria Geral da CGD, procedi ao seu transporte para a casa forte deste Banco, operação complicada, pois pesavam muitas toneladas.
Depois das moedas terem sido limpas e catalogadas, as imagens das várias espécies foram colocadas no site da CGD para venda junto do público, tendo sido vendida uma quantidade muito significativa.
Para que os colegas possam tomar conhecimento dos diferentes tipos de moedas, publicam-se as suas imagens:













Quem pretender adquirir alguma destas moedas, poderá fazê-lo junto das Agências da CGD, ou directamente no site: CGD-Numismática

sexta-feira, 25 de junho de 2010

DR. HERLANDER MACHADO

Pelo 18º aniversário do desaparecimento do Sr. Dr. Herlander Machado, gostaria de lembrar a figura que muito admirei e que influenciou a minha conduta como pessoa e como profissional transmitindo-me conhecimentos e ideais. Qualidades como seriedade, dignidade, humanismo, competência e educação foram qualidades que sempre o acompanharam.

Reconhecido também como grande escritor, poeta, historiador e defensor dos valores regionalistas.

Tenho sempre presentes alguns pensamentos, frases, ideais e comentários, que por vezes me transmitia em muitas reuniões de família.
Sinto-me afortunada por ter sido sua amiga e muito orgulho por pertencer, por laços de afinidade, à sua linda família.


As fotos que seguem são da última festa de anos com os colegas, no dia 4 de Junho de 1991, fez agora 19 anos! Passa o tempo...









Que seja feliz onde estiver!
Recordo-o com muita saudade!

Anabela Malafaia

quarta-feira, 23 de junho de 2010

CÁ ANDAMOS

Tenho encontrado colegas do BNU que conservam a pedra no sapato que tiveram no Banco contra este ou aquele, que os tramou. Por isso dizem que não alinham com esta ou aquela iniciativa para nos re-encontrarmos.
Bom, eu penso que a vida é tão curta e já tem tanta chatice que não vale a pena lembrar os maus momentos. Devemos trazer à colação só os bons bocados que ali passámos.

Encontrei dois meus conterrâneos sabugalenses, que são exemplos de boas recordações do Banco.

Vejam o que nos diz o José Franco, natural da freguesia da Aldeia de Santo António, Sabugal. Trabalhou no "Continente e Ilhas" com o Dr. Prata, o Sr. João Ramos, o Sr. Pato (já falecido), o Sr. Merino, o Dr. Duarte Pereira - ERA UMA FAMÍLIA -
Que saudades que o Franco sente dos tempos dessa família do maior banco português de todos os tempos, na Rua Augusta!




O Zé Vaz, de Quadrazais, ainda está ao serviço, na CGD.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

BAIXA POMBALINA



Não posso ir à Baixa sem ver se ainda estão lá os medalhões.
Ainda estão!
Pode ser que não os tirem.



Passei pela Rua da Prata e lembrei-me de espreitar a pastelaria POMONA. Lembram-se? Cada vez que passava por ali e lia o anúncio de venda de "NEVE", lembrava-me dos Neveiros do Coentral do Dr. Herlander Machado.
Não é que a nossa colega e grande amiga do Dr. Herlander, Anabela, me arranjou o livro do Dr. Herlander sobre a história dos neveiros?



É extraordinária a hitória destes homens da serra da Lousã que juntavam a neve, a guardavam em poços e a traziam para Lisboa, onde havia também poços para a guardar e ir vendendo.

abrigo - poço para a neve

Acabou o negócio da neve, claro, com a chegada dos frigoríficos.
Agora vejam este texto do livro do Dr. Herlander.




Só que agora já há mais sensibilidade para estas recordações e foi reposto o anúncio antigo.

Então, ó técnicos da Câmara Municipal de Lisboa não deixem nunca retirar da sede do Banco Nacional Ultramarino na Rua Augusta 24, os sinais que ainda se conservam deste grande Banco!

domingo, 20 de junho de 2010

Dr. NOGUEIRA DA COSTA

Neste Sábado da morte de José Saramago, fui um dos que foi aos Paços do Concelho de Lisboa, onde está o féretro de José Saramago em câmara ardente para a última homenagem dos seus admiradores.
Levei a minha máquina e tirei uma imagens.
Depois da Praça do Município, subi pela Rua Augusta. Continuam os oito medalhões do BNU nas quatro esquinas do edifício da nossa sede. Estou sempre com medo de que um dia os retirem, por isso nunca é demais verificar. É pena não termos alguma força organizacional para evitar esse medo.

Depois subi pela Rua dos Correeiros para ver se ainda lá estava o restaurante Rio Ceira.

Quando eu estava no Secretariado Operacional, sendo chefe o Sr. Mósca e director o Dr. Casanova, foi ali colocado, vindo de Moçambique, o Dr. Nogueira da Costa.
Éramos os dois advogados e logo criámos uma ligação muito forte, apesar de ele ser bastante mais velho do que eu. Eu criei um carinho especial por aquele homem, já vergado pelos anos, pelo físico, pelos problemas familiares, e ele ía-me confidenciando os seus problemas e contando a sua vida.
Era filho de um advogado de Lisboa e quando acabou o curso de direito apaixonou-se por uma enfermeira, com quem veio a casar, a D. Fernanda.
Parece que o Pai não terá gostado muito desta paixão e ele rumou a Moçambique, onde entrou no Banco Nacional Ultramarino, onde chegou a chefe do contencioso.
Do seu casamento teve dez filhos. Um deles também trabalhava no BNU.

Ele depois reformou-se e vim a saber que morreu antes da D. Fernanda, apesar desta fumar continuamente desde que se levantava até que se deitava e os médicos a terem ameaçado várias vezes de que não passaria do Natal.




Íamos quase sempre a almoçar os dois (às vezes com outros colegas) ao restaurante Rio Ceira. Como ele estava muito pesado (pesaria cerca de 100 quilos) e andava devagar, saía 10 minutos antes de mim e guardava o lugar. Quando eu chegava já ele tinha bebido a sua meia de tinto, uma vez que eu quase nunca bebia vinho.
Enfim... histórias da baixa.
O Rio Ceira lá continua!


No velório de J. Saramago, a bicha para a última homenagem dava a volta à praça.




Televisões, fotos de particulares em frante ao Paço do Concelho.



O Ex-Presidente Jorge Sampaio e a mulher também foram para a bicha.




No Rossio um jovem do nosso tempo, dava show de dança moderna aos passantes.

terça-feira, 15 de junho de 2010

BNU - ÍNDIA PORTUGUESA


Tenho aqui uma foto do edifício, onde o Banco Nacional Ultramarino instalou a primeira agência da Índia – Nova Goa, que data de 1868.
É essa a data que consta de abertura da primeira agência do nosso Banco nos territórios da Índia Portuguesa.
Posteriormente o BNU abriu dependências em Margão, Vasco da Gama, Mapuçá e Damão, mas não sei as datas.





Nessa data, a moeda da Índia Portuguesa era a rupia, equivalente à rupia indiana e emitida pelo Governo Geral do Estado da Índia.
O BNU, na sequência do contrato com o Estado Português de 1901, tornou-se o banco emissor exclusivo e em 1906 saíram as primeiras notas de rupias do BNU, para a índia Portuguesa, fabricadas em Londres.




Em 1918 o BNU emitiu notas de 4 e 8 tangas. 16 tangas valiam uma rupia.



verso



Em 1959, o BNU substitui a Rupia pelo Escudo. Seis escudos valiam uma rupia.
Em 18 de Dezembro de 1961 a União Indiana anexou os territórios Portugueses e o BNU cessou a sua actividade. E encerrou os seus escritórios na Índia a 13 de Janeiro de 1962, data em que fechou as suas contas e a entregou à autoridade monetária indiana.
O Sr. Jorge Anastácio foi o último gerente da Filial de Nova Goa. Segundo sei está de boa saúde e espero que um dia nos conte aqui algumas das suas vivências na Índia Portuguesa.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

MOEDA de TIMOR



O Banco Nacional Ultramarino abriu a agência em Dili em Abril de 1912 e colocou ali em circulação notas de patacas da filial de Macau com o carimbo “PAGAVEL EM TIMOR”






A emissão feita propositadamente para TIMOR, com data de 1 de Janeiro de 1910 e com valores de 1, 5, 10 e 20 Patacas, foi lançada em circulação a partir de Março de 1915.
Era equivalente à pataca de Macau e subdividida em 100 avos.



Mesmo depois da emisão própria para Timor, o BNU continuou a fazer circular no território, Patacas de Macau, com indicação de circulação em Timor.




Em 1958, O BNU substituiu a pataca pelo escudo à taxa de 5,6 escudos por 1 pataca, sendo equivalente ao escudo português.
Com a invasão do território pela Indonésia e sua consequente anexação, o escudo foi substituído pela rupia indonésia. A rupia acabou por dar lugar ao dólar americano, moeda adoptada pela administração da ONU que geriu transitoriamente o território e que se tornou também a moeda oficial da República Democrática de Timor-Leste após a restauração da independência em 2002.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

TIMOR



Caro Sr. Rito Pereira:

Complementando as fotos que colocou recentemente sobre o BNU de Timor no seu blog http://banconacionalultramarino.blogspot.com, tenho todo o gosto em lhe enviar uma foto daquele que foi possivelmente o edifício mais antigo do BNU nesta antiga província ultramarina portuguesa. A foto data de 1912 e encontrei-a na internet, possivelmente num sítio relacionado com a CGD, mas já não me lembro ao certo. Sei que para além deste edifício e dos dois que já figuram no seu blog, ainda houve pelo menos mais um, pois já vi a respetiva foto. Datava dos anos 30, salvo erro. Se a encontrar de novo, enviar-lhe-ei.
Com os meus cumprimentos
Henrique Correia

segunda-feira, 7 de junho de 2010

BNU BEIRA

Um amigo e conterrâneo que viveu durante largos anos na cidade da Beira, Moçambique, foi agora numa viagem de saudade, àquela cidade. Tirou fotos e deu-me esta do edifício da agência do BNU, que segundo ele me diz está actualmente completamente desocupado



Também me deu um postal da época em que o BNU estava a funcionar no edifício.



Alguém se lembra?

sexta-feira, 4 de junho de 2010

BNU-Timor Leste

Caros Amigos,
Conforme prometido, vou partilhar uma experiência relacionada com o BNU/Timor que na minha opinião, é um bom exemplo de como a vontade colectiva é importantíssima para resolver situações difíceis, mesmo as que parecem impossíveis de ultrapassar.
A situação ocorreu durante o processo de independência de Timor Leste, que como devem estar lembrados, provocou uma onda de entusiasmo e de solidariedade por parte do Povo Português.
Nesse processo, o BNU teve um papel importante, designadamente por parte dos nossos colegas que enfrentando grandes dificuldades operacionais e logísticas, conseguiram reconstruir em tempo recorde as instalações destruídas, possibilitando assim o rápido reinício das actividade do Banco.
No final do dia 15 de Novembro de 1999, sendo na altura responsável pela Tesouraria Geral do BNU, fui contactado pelo colega Tubal Gonçalves, informando-me da necessidade de num espaço de 24 horas, enviar uma quantidade muito grande de notas e moedas.
Esta operação era de elevado interesse nacional, de modo a forçar a adopção do Escudo como moeda oficial de Timor durante o período de transição, em detrimento do dólar americano e do australiano.
A urgência do envio do dinheiro era justificada pela necessidade de serem pagos rapidamente os ordenados dos funcionários públicos que, sendo pagos em Escudos, facilitaria a entrada em circulação dessa moeda.
Em condições normais, a movimentação de tão elevado montante num tão curto espaço de tempo, seria impossível de concretizar, mas há medida que fui estabelecendo contactos com os responsáveis das várias entidades envolvidas: Banco de Portugal; Alfândega; Despachantes Oficiais e Securitas e, ao explicar os objectivos da operação, todos quiseram contribuir para o seu êxito.
Ao início da tarde do dia 16, o BP entregou à Securitas ( que já tinha fretado um camião para o transporte) as notas e moedas e os funcionários daquela Empresa disponibilizaram-se para trabalhar gratuitamente e fora do seu horário normal, para embalarem os milhares de notas e as 6 toneladas de moedas.
Cerca das 23,30 o camião saiu das instalações da Securitas em Linda-a-Velha e conseguiu chegar ao Aeroporto Militar de Figo Maduro a tempo do dinheiro ser embarcado num avião Antonov, fretado pelo Estado Português.
Após várias peripécias, todo o dinheiro chegou a Timor e no dia 30 o BNU reabriu as suas portas, iniciando os pagamentos aos funcionários públicos.
Entretanto, a realidade evoluiu noutro sentido, o Escudo não vingou como moeda oficial, e no início de 2002 as notas e moedas regressaram a Portugal quase na totalidade, o que implicou nova e complicada operação logística.
Será que algum colega que estava em Timor nesse período, pode dar o testemunho de como as coisas lá se passaram, nomeadamente das dificuldades em fazer chegar os caixotes com as 6 toneladas de moedas do cais até às instalações do BNU, bem como das razões porque as autoridades de Timor Leste decidiram não adoptar o Escudos como a sua moeda oficial?
Um grande abraço
Joaquim Matos

quinta-feira, 3 de junho de 2010

BNU - QUELIMANE

Quelimane foi considerada por Francisco Chamiço, em comunicação que fez na Sociedade de Geografia em 1878, como local prioritário, a par de Lourenço Marques, para estabelecer agências do Banco Nacional Ultramarino, com a finalidade de apoio à actividade comercial dos portugueses em Moçambique.

Quelimane teve a sua agência do BNU neste edifício, até à inauguração das novas instalações em 1973.

O edifício da nova agência é da autoria do arquitecto Francisco Castro. Embora o projecto seja de 1961, o caso é que as instalações só foram inauguradas em 1973. É um edifício que ainda hoje sobressai em Quelimane e está decorado com peças de João Ayres e de Francisco Relógio.
O edifício tem 7 pisos, parque de estacionamento, um andar com café e salão de jogos, sendo os últimos pisos com apartamentos de luxo para os quadros do Banco.

Nova agência em construção


Outra perspectiva da nova agência


Casas do BNU na praia de Zalala, Quelimane



Quem esteve em Quelimane? Levante-se e diga qualquer coisa.