segunda-feira, 26 de abril de 2010
25 DE ABRIL DE 1974
Em 25 de Abril de 1974, eu já tinha feito a tropa e estava a estudar em Lisboa.
Apresentei-me no Departamento de Pessoal do BNU, na Rua Augusta, 63, no dia 28 de Maio de 1974. Apresentou-se também naquele dia uma rapariga, bonita, que se chamava Laura. Eu fui colocado nos Câmbios; ela na agência de Algés. Nunca mais a vi.
O dia 25 de Abril de 1974 e os dias subsequentes foram dias de festa e boa disposição. Toda a gente estava esperançada de que a vida ia melhorar.
O Banco Nacional Ultramarino era um banco maioritariamente do Estado e acabou por ser nacionalizado em 13 de Setembro de 1974 (Dec.-Lei 451/74) pelo governo de Vasco Gonçalves, sendo Ministro das Finanças, José da Silva Lopes.
Após o 25 de Abril todos virámos revolucionários. Na Repartição de Câmbios, os mais velhos eram do Partido Comunista, os mais novos éramos da UDP ou do MRPP.
Vestir tinha que ser a condizer, ou seja, barbas e cabelo à Che Guevera. Olha o meu cartão do sindicato, feito em Novembro de 1974: Não pareço o Che?
Os tempos passaram e lá fomos esquecendo a moda revolucionária. Em 1980, o Acácio fez-me este cartão do BNU, assinado pelo Dr. José Manuel Sampaio Cabral que era vogal do Conselho de Gestão do BNU. Na foto estou já sem barbas e com o cabelinho cortadinho e penteado. A verdadeira revolução económica, com as nacionalizações começou no dia 11 de Março de 1975 .
Respirava-se revolução por todos os lados e quem não fosse pela revolução era apelidado de reaccionário. Cada um procurava manifestar posições mais revolucionárias que o outro.
Tenho comigo um bilhete dos transportes de Lisboa, de 1975, que no verso dizia: A revolução portuguesa precisa de ti participa nela colaborando desenvolve-a trabalhando defende-a produzindo.
1975 foi também o ano das ocupações de empresas e propriedades agrícolas e urbanas (casas).
A sede dos SAMS, na Marquês da Fronteira foi ocupada pelos sócios do nosso sindicato, durante vários dias, até se tornar efectiva, contra a vontade dos proprietários. Eu fui um dos que fui dispensado do serviço no Banco para ir fazer umas horas no palacete. O palacete acabou por ser comprado pelo Sindicato ao proprietário por 30 mil contos, após avaliação determinada pelo tribunal de Lisboa. Ali se instalaram por vários anos os serviços dos SAMS e actualmente está à venda por 25 milhões de euros.
O edificio da Marquês de Fronteira, conhecido como "Palacete Leitão" é da autoria do arq. Nicola Bigaglia e foi construído em 1908. Este arquitecto está ligado a belas obras de Portugal, dos fins do séc. XIX e princípio do sec. XX como o palácio do Bussaco, o Palacete Lima Mayer e o do Lamberthini, ambos na Av.Liberdade e a casa da Condessa de Edla na Parede.
A casa da Parede foi abaixo e actualmente está lá um condomínio
A Condessa de Edla foi a 2ª mulher do Rei D. Fernando, marido da rainha D. Maria II e pai do Rei D. Luis, que está ligado à fundação do Banco Nacional Ultramarino.
O mundo é pequeno. Não é que um sobrinho dum amigo meu e nosso colega do BES vai casar com uma bisneta da Condessa de Edla? Que sejam felizes para sempre.
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Colega e Amigo Dr. RITO PEREIRA, folgo em vê-lo por aqui, depois de tantos anos sem nos encontrarmos.
ResponderEliminarDr. RITO lanço-lhe daqui um repto, porque não encabeça o grupo de colegas do ex-BNU, que se encontram em luta aberta contra as atitudes, ilegalidades, inconstitucionalidades e injustiças, que estão a ser tomadas pela CGD contra nós. Temos toda a razão do mundo, que o Senhor, bem conhece, muito especialmente, pela sua formação nos poderia ajudar, ou congregar no processo. Aguardo sua resposta, poderá ser através da página do BANCO NACIONAL ULTRAMARINO no "facebook", depois melhor combinaríamos. Um abraço. F. Boléo Canário
Meu "email" - "ferboca@netcabo.pt".
ResponderEliminarMais um abraço.
0gesmenKbo_go Stuart Coo https://wakelet.com/wake/hXwmMNiatCEEfSiAwErpR
ResponderEliminarsaihydfeme