segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

FRANCISCO VIEIRA MACHADO


Francisco José Vieira Machado nasceu em Lisboa no dia 08 de Fevereiro de 1898 e licenciou-se em direito em 1919.
Filho do general Francisco José Machado, natural de Lagos e de Isabel Maria Vieira, natural de Ribeira de Palheiros, Lourinhã e sobrinho do General Joaquim José Machado (governador Geral de Moçambique). Casou com Maria do Carmo Contreiras de quem teve uma única filha, Maria do Carmo do Perpétuo Socorro Filomena Contreiras Machado, nascida em 19.12.1929 e falecida em 06.08.2009 e que casou com Francisco António Manuel Pedroso Belard Lebre de Vasconcelos Melo, do qual não teve qualquer filho.
Francisco Vieira Machado teve várias escolas com o seu nome, em vários sítios do império colonial português como o Colégio-liceu Dr. Vieira Machado em Dili – Timor, a escola de Regentes Agrícolas Francisco Vieira Machado, no Tchivinguiro, Huíla.
Em Macau há uma Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado.
O facto de ser sobrinho do General Joaquim José Machado não deve ter sido alheio ao seu ingresso nos quadros do Banco Nacional Ultramarino em 1926, com 28 anos, como vice governador, cargo que mantém até 1929. Com a morte do Presidente do Conselho Administrativo do BNU, Eng. António dos Santos Viegas, em 1-03-1949, é escolhido para Presidente o Dr. Vieira Machado. Após o fim da intervenção do Estado no BNU, este regressa à sua atividade normal, realizando-se, nesse âmbito, a primeira assembleia geral em 11.05.1951, que momeia o Dr. Vieira Machado, Governador do BNU, cargo que mantem até 9.02.1972, data em que é exonerado a seu pedido.
 
Segundo consta, o Francisco Chamiço também tinha relações familiares com o General Joaquim José Machado (1847-1925), que é, além de tio do Dr. Vieira Machado, bisavô do escritor Lobo Antunes. Este general, maçónico, foi governador da Índia portuguesa e Governador-Geral de Moçambique, onde fez obra reconhecida por muitos portugueses e até pela África do Sul que, em sua memória deu o seu nome a uma localidade sul-africana (Machadorp).
É considerado um dos nomes mais emblemáticos da presença portuguesa em Moçambique.
Foi governador da Índia e Governador-Geral de Moçambique por três vezes: 1889-1891, 1900, 1914-1915. Chegou a Moçambique em 7 de Março de 1877. Organizou e instalou os Serviços de Obras Públicas. Foi a Joaquim José Machado e aos serviços que chefiou que se ficaram a dever algumas das obras mais espetaculares que ainda hoje se observam em Moçambique. As primeiras das quais serão os Caminhos de Ferro e o traçado da cidade de Lourenço Marques. Foi Joaquim José Machado quem elaborou o projeto de ligação ferroviária entre Lourenço Marques e Pretória e quem dirigiu a sua construção.
O Gen. Joaquim José Machado é pai de Álvaro Cardoso de Melo Machado, fundador do escotismo em Portugal e chefe do governo de Moçambique, quando o seu pai era governador da província, entre Abril de 1914 e Maio de 1915.
O Álvaro Cardoso de Melo Machado foi governador interino de Macau (onde tem uma rua com o seu nome) entre 17 de Dezembro de 1910 (com apenas 27 anos) até 14 de Julho de 1912. Foi também administrador-delegado, por parte do Estado, do caminho de ferro de Benguela.
Ligações a familiares de banqueiros, temos a do escritor António Lobo Antunes (bisneto do general Joaquim José Machado) que foi casado com Maria João Espírito Santo Bustorff Silva, bisneta do fundador do Banco Espírito Santos e ministra da cultura em 2004 no Governo de Santana Lopes.
 
Francisco Vieira Machado foi diretor do Anglo Portuguese, Colonial and Overseas Bank, Ltd. e do Banque Franco-Portugais d’Outremer (1930-1965) e Presidente da Direcção do Banco Ultramarino Brasileiro do Rio de Janeiro (1954-1961), todos bancos pertencentes ao BNU.
Foi Subsecretário de Estado das Colónias (1934-01-20 a 1935-02-16); Vogal do Conselho do Império Colonial Português (1932-1934); Presidente do Conselho do Império Colonial Português (1934-1944); Ministro das Colónias (1936-01-18 a 1944-09-06); Vogal do Conselho Superior do Ultramar; Vogal da Comissão Central da União Nacional (1956); Procurador à Câmara Corporativa (IV a X Legislaturas).
Faleceu em Lisboa no dia 1 de Setembro de 1973.
 (Ver mais dados bibliográficos do Dr. Vieira Machado)
Assinatura de F. Vieira Machado

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