terça-feira, 29 de janeiro de 2013

JOÃO DIAS ROSAS


João Augusto Dias Rosas nasceu na figueira da Foz a 17 de Fevereiro de 1921.
Licenciado em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa. Advogado. É tio de Fernando Rosas, historiador e dirigente do Bloco de Esquerda .
Foi Deputado à Assembleia Nacional entre 1957 e 1961.
Entre 1950 e 1959 foi presidente da Comissão Reguladora do Comércio de Algodão em Rama e entre 1954 e 1959 membro da Comissão de Coordenação Económica, acumulando com os cargos de membro da Junta de Exportação do Algodão, do Conselho Superior da Indústria (1954) e membro do Conselho Administrativo do Fundo de Fomento de Exportação (1955);
Entre 1959 e 1961 foi  Subsecretário de Estado do Comércio;
Em 1962, foi nomeado comissário do Governo junto do Banco Nacional Ultramarino e Inspetor Superior do Ministério do Ultramar, em comissão de serviço fora do quadro;
Em 1966 sobe a Vice-governador do Banco de Portugal;
Em 1968 é nomeado Ministro das Finanças, no último governo de Salazar sendo reconduzido por Marcelo Caetano até 1969, data em que passa a Ministro das Finanças e da Economia, cargo em que mantém até 1972.
Sucede como governador do BNU a Francisco Vieira Machado, exonerado em 9.02.1972, cargo que ocupa até 1974.
Foi exonerado pela Junta de Salvação Nacional, no dia 27 de Maio de 1974.
A revolução do 25 de Abril, provoca a sua partida para o Brasil, onde permaneceu alguns anos. Após o regresso, foi reintegrado como Inspetor Superior do Banco Nacional Ultramarino, lugar em que se reformou.
Assinatura de Dias Rosas
 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

FRANCISCO VIEIRA MACHADO


Francisco José Vieira Machado nasceu em Lisboa no dia 08 de Fevereiro de 1898 e licenciou-se em direito em 1919.
Filho do general Francisco José Machado, natural de Lagos e de Isabel Maria Vieira, natural de Ribeira de Palheiros, Lourinhã e sobrinho do General Joaquim José Machado (governador Geral de Moçambique). Casou com Maria do Carmo Contreiras de quem teve uma única filha, Maria do Carmo do Perpétuo Socorro Filomena Contreiras Machado, nascida em 19.12.1929 e falecida em 06.08.2009 e que casou com Francisco António Manuel Pedroso Belard Lebre de Vasconcelos Melo, do qual não teve qualquer filho.
Francisco Vieira Machado teve várias escolas com o seu nome, em vários sítios do império colonial português como o Colégio-liceu Dr. Vieira Machado em Dili – Timor, a escola de Regentes Agrícolas Francisco Vieira Machado, no Tchivinguiro, Huíla.
Em Macau há uma Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado.
O facto de ser sobrinho do General Joaquim José Machado não deve ter sido alheio ao seu ingresso nos quadros do Banco Nacional Ultramarino em 1926, com 28 anos, como vice governador, cargo que mantém até 1929. Com a morte do Presidente do Conselho Administrativo do BNU, Eng. António dos Santos Viegas, em 1-03-1949, é escolhido para Presidente o Dr. Vieira Machado. Após o fim da intervenção do Estado no BNU, este regressa à sua atividade normal, realizando-se, nesse âmbito, a primeira assembleia geral em 11.05.1951, que momeia o Dr. Vieira Machado, Governador do BNU, cargo que mantem até 9.02.1972, data em que é exonerado a seu pedido.
 
Segundo consta, o Francisco Chamiço também tinha relações familiares com o General Joaquim José Machado (1847-1925), que é, além de tio do Dr. Vieira Machado, bisavô do escritor Lobo Antunes. Este general, maçónico, foi governador da Índia portuguesa e Governador-Geral de Moçambique, onde fez obra reconhecida por muitos portugueses e até pela África do Sul que, em sua memória deu o seu nome a uma localidade sul-africana (Machadorp).
É considerado um dos nomes mais emblemáticos da presença portuguesa em Moçambique.
Foi governador da Índia e Governador-Geral de Moçambique por três vezes: 1889-1891, 1900, 1914-1915. Chegou a Moçambique em 7 de Março de 1877. Organizou e instalou os Serviços de Obras Públicas. Foi a Joaquim José Machado e aos serviços que chefiou que se ficaram a dever algumas das obras mais espetaculares que ainda hoje se observam em Moçambique. As primeiras das quais serão os Caminhos de Ferro e o traçado da cidade de Lourenço Marques. Foi Joaquim José Machado quem elaborou o projeto de ligação ferroviária entre Lourenço Marques e Pretória e quem dirigiu a sua construção.
O Gen. Joaquim José Machado é pai de Álvaro Cardoso de Melo Machado, fundador do escotismo em Portugal e chefe do governo de Moçambique, quando o seu pai era governador da província, entre Abril de 1914 e Maio de 1915.
O Álvaro Cardoso de Melo Machado foi governador interino de Macau (onde tem uma rua com o seu nome) entre 17 de Dezembro de 1910 (com apenas 27 anos) até 14 de Julho de 1912. Foi também administrador-delegado, por parte do Estado, do caminho de ferro de Benguela.
Ligações a familiares de banqueiros, temos a do escritor António Lobo Antunes (bisneto do general Joaquim José Machado) que foi casado com Maria João Espírito Santo Bustorff Silva, bisneta do fundador do Banco Espírito Santos e ministra da cultura em 2004 no Governo de Santana Lopes.
 
Francisco Vieira Machado foi diretor do Anglo Portuguese, Colonial and Overseas Bank, Ltd. e do Banque Franco-Portugais d’Outremer (1930-1965) e Presidente da Direcção do Banco Ultramarino Brasileiro do Rio de Janeiro (1954-1961), todos bancos pertencentes ao BNU.
Foi Subsecretário de Estado das Colónias (1934-01-20 a 1935-02-16); Vogal do Conselho do Império Colonial Português (1932-1934); Presidente do Conselho do Império Colonial Português (1934-1944); Ministro das Colónias (1936-01-18 a 1944-09-06); Vogal do Conselho Superior do Ultramar; Vogal da Comissão Central da União Nacional (1956); Procurador à Câmara Corporativa (IV a X Legislaturas).
Faleceu em Lisboa no dia 1 de Setembro de 1973.
 (Ver mais dados bibliográficos do Dr. Vieira Machado)
Assinatura de F. Vieira Machado

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

MANUEL CARLOS DE FREITAS ALZINA

Manuel Carlos de Freitas Alzina, nasceu em Lisboa em 1855.
Filho de Germano da Cruz Alzina e de Carolina Amélia de Freitas, casou com Maria Luísa de Oliveira de Sommer , filha de Henrich Franz Ludwig Freiherr von Sommer e de Rita Marcolina Fontes Garcêz de Oliveira.
 
Ana de Araújo de Sommer, filha deste Henrich Sommer, casou com Carlos Montez Champalimaud, de quem teve 4 filhos, um dos quais o banqueiro António de Sommer de Champalimaud, que casou com Maria Cristina da Silva José de Mello, filha do banqueiro Manuel Augusto José de Mello, por sua vez casado com uma filha (Amélia de Resende Dias de Oliveira da Silva) do fundador da CUF, Alfredo da Silva.
Carlos Montez Champalimaud, natural de Godim, Peso da Régua era filho de António Araujo Cabral Montez Champalimaud, natural de Cidadelhe, Pinhel e bisneto de Paul Joseph Champalimaud, Seigner de Nussane, natural de Limoges, França, que casou com uma portuguesa (Clara Maria de Sousa Lira e Castro, de S. Miguel de Fontoura, Valença do Minho) e veio residir para S. Miguel de Fontoura, Valença do Minho, onde faleceu em 1799.  

O "nosso" Manuel Alzina teve dois filhos:
Carolina de Sommer Alzina que casou com Artur de Menezes Correia de Sá, 2º visconde de Merceana, que foi vice-governador do BNU, em 1928-1929 e em 1957-1966 e um dos maiores acionistas do BNU.
e
Carlos Alberto de Sommer Alzina que casou com Janet Norton, de quem teve quatro filhos. Um deles, Maria Carolina Norton de Sommer Alzina (portanto prima direita do Champalimaud), casou com Fernando Eduardo Espírito Santo Silva Moniz Galvão, neto de José Maria do Espírito Santo Silva, fundador do Banco Espírito Santo.
Maria do Carmo Alzina Moniz Galvão, filha única da Maria Carolina e do Fernando Galvão(maior acionista individual do BES) casou com Manuel Ricardo Pinheiro do Espírito Santo Silva, bisneto do fundador do Banco Espírito Santo.
Maria do Carmo Moniz Galvão, em 2009, chegou ao quarto lugar no ranking das fortunas portuguesas, com 16% do BES e 100% da Santocar.
 
O “nosso” Manuel Alzina foi, juntamente com Alfredo da Silva, administrador da “Companhia Alliança Fabril”, que teve créditos malparados no Banco Lusitano. A empresa acabou por fundir-se com a Companhia União Fabril, que, sob a direção de Alfredo da Silva, se expandiu e tornou um grande potentado.
Em 1903, Manuel Alzina foi nomeado vice-governador do BNU e, após a morte do Governador Luís Diogo da Silva, em 26-11-1917, o conselho fiscal do BNU, nos termos dos estatutos, escolheu o vice-governador mais antigo, Manuel Carlos de Freitas Alzina, para interinamente ocupar o cargo até nova reunião da Assembleia-geral do Banco.
A reunião teve lugar em 15-02-1918, aonde foi substituído a seu pedido, pelo vice-governador João Ulrich.
O Manuel Alzina continuou com vice-governador do BNU e aparece como tal a presidir a uma Assembleia Geral do BNU em 12 de Agosto de 1929.
assinatura de Manuel Alzina
 
 
Com os agradecimentos ao
Sr. Dr. Rui Miguel Costa - Arquivo Histórico da CGD,
pelos dados relativos ao BNU 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

LUÍS DIOGO DA SILVA

Nasceu em 1831 em Cernache do Bonjardim, concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco.

Filho de António José e de Maria das Dores da Silva. Casou em 1865 com Maria da Nazaré Cardoso e Silva e teve duas filhas, Laura Cardoso Diogo da Silva, que casou com Artur Porto de Melo e Faro, 1º conde de Monte Real e Palmira Diogo da Silva que casou com Henrique de Araújo Sommer, irmão de Ana de Araujo Sommer, mãe do banqueiro António Sommer de Champalimaud e ligada aos Alzinas

Veio para Lisboa aos 12 anos. Ocupou importantes cargos na vida social e política portuguesa. Tesoureiro da Comissão portuguesa da Exposição Universal de Paris, Director da Companhia dos Ascensores Mecânicos, Presidente da Assembleia Geral da Empresa Tauromáquica Lisbonense, Director da Associação Comercial de Lisboa, Presidente da Junta dos Repartidores, Presidente da Assembleia Geral da Companhia de Seguros Fidelidade e da Companhia do Congo Português, Vice-Presidente da Assembleia Geral da Sociedade de Agricultura Colonial e da Companhia das Minas de Ouro de Manica, Director da Companhia Nacional de Fiação e Tecidos de Torres Novas e da Companhia da Zambézia, Vogal do Conselho Fiscal da Companhia Agrícola do Cazengo e da Companhia de Seguros Bonança, Tesoureiro da Sociedade de Geografia e Provedor do Asilo de Mendicidade.

Em 1891 foi nomeado vice-governador do Banco Nacional Ultramarino, cargo que exerceu até 15.02.1911, data em que a Assembleia Geral do Banco o elegeu Governador, cargo que manteve até à sua morte, ocorrida em 26.11.1917.

Pela sua isenção e prestígio social, a sua nomeação para governador foi bem aceite pelo Governo Provisório, nascido da Revolução Republicana, de 5 de Outubro de 1910, e que se manteve em funções até 4 de Setembro de 1911.
Assinatura de Luis Diogo da Silva