Maria Manuela Matos Morgado Santiago Baptista foi secretária de Estado do Tesouro e Secretária de Estado das Finanças no 1º Governo Constitucional, presidido por Mário Soares e sendo Ministro das Finanças Henrique Medina Carreira, sendo presidente da República, António Ramalho Eanes, governo que findou com a tomada de posse do 2º governo Constitucional em 23.01.78, terminando também as funções de Secretária de Estado da Drª Manuela Morgado.
Foi administradora do Banco de Portugal e presidente da Associação Portuguesa dos Economistas (APEC) e após esta ter passado a ordem dos economistas, de 2005 a 2010 foi vogal do Conselho Geral, de 2005 a 2010. Também pertenceu ao conselho de administração da Cosec (Companhia de Seguros de Crédito).
Sucedeu ao Dr. Mário Adegas como presidente do Conselho de Administração do Banco Nacional Ultramarino, em 1987, sendo Primeiro Ministro Aníbal Cavaco Silva e Ministro das Finanças, Miguel José Ribeiro Cadilhe.
O ministro Cadilhe prosseguiu com a sua ideia de integração do BNU na Caixa Geral de Depósitos e para isso transformou o Banco Nacional Ultramarino de empresa pública numa sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos.
Como refere a Drª Mónica Ferreirinha na sua História do BNU, em 26.10.1988, na cerimónia da tomada de posse do novo Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, presidida por Rui Vilar, o Ministro das Finanças Dr. Miguel Cadilhe referiu que cabia à Caixa Geral de Depósitos a responsabilidade de gerir o Banco Nacional Ultramarino.
Penso que, na altura, os trabalhadores não nos apercebemos daquilo que seria o caminho normal para a extinção do nosso Banco. Na conversa com o Sr. Dr. Assunção Fernandes, fiquei a saber que a administração do Dr. Mário Adegas, viu logo que o BNU não teria futuro e por isso se demitiu.
Conheci a Sr.ª Dr.ª Manuela Morgado, quando esta, como recém presidente do B.N.U., fez uma visita relâmpago ao Depart.º de Assuntos Jurídicos, instalado no chamado "Edifício Caracol".
ResponderEliminarConfesso que o seu ar arrogante e autoritário não me inspirou nada de bom quando, nessa sua 1.ª e única visita ao Contecioso, entrou abruptamente (!...) pelo gabinete que eu utilizava conjuntamente com a saudosa Dr.ª Lemos Vianna. Esta nossa querida e saudosa colega, com o seu reconhecido desassombro e sem "papas na língua", como era seu timbre, chegou-lhe forte e feio, perguntando-lhe, olhos nos olhos, quem era a senhora e ao que vinha... Quando a Dr.ª Manuela Morgado lhe respondeu enfaticamente que era a nova Presidente do Conselho de Gestão, a nossa querida, corajosa e admirável Dr.ª Lemos Vianna, retorquiu observando-lhe que esse cargo não lhe dava direito algum, bem pelo contrário, a entrar de forma desabrida e "mal criada" (ipsis verbis) como, de facto, entrou no seu gabinete de trabalho, recusando-se a cumprimetá-la. Escusado seria de dizer que aquela afectada e emproada senhora ficou atónita e sem palavras, retirando-se bruscamente e de imediato, sem nada nos dizer e/ou perguntar. Aquela "presidente", manifestamente arrogante e autoritária, foi, em minha opinião, uma das principais colaboradoras na extinção do B.N.U.. Nunca nutri, pois, por essa pessoa mesquinha, a mais ínfima consideração e muito menos lhe reconheci competência para exercer tão importante cargo. Aliás, refira-se particularmente, foi a partir daí que o próprio Contencioso, designadamente o seu « Quadro Técnico », com a expulsão do então Director Coordenador, Sr. Dr. Carlos Bello Morais, colocado humilhantemente num gabinete isolado do 1.º andar da Sede, sem nada fazer (!...), como vil represália só por ter discordado daquela orgulhosa e désputa "senhora", que o Depart.º de Assuntos Jurídicos passou a ser dirigido pelo então Dr. Carlos Olavo (falecido há alguns anos). Este falecido advogado (consultor externo do Banco) que apenas de quando em quando aparecia no Contecioso, gozando de um estatuto privilegiado, nada percebendo sobre gestão do Contencioso do nosso Banco, veio depois a colocar um seu amigo e colega assistente da FDL e um "terceiro" (testa-de-ferro)- sem formação académica alguma - para o coadjuvar !... A partir daí o Contencioso, em especial alguns dos seus « Técnicos Juristas" mais antigos, passaram a ser tratados com absoluto desprezo e total desrespeito e inconsideração.
Ninguém dos empregados que envergaram a camisola da instituição, bem cingida ao corpo, foram os destruidores desta querida e saudosa instituição. Nos meus últimos tempos de profissional, se viu a "invasão colonialista da incompetência" dos quadros de pessoal, muito especialmente dos quadros superiores, que, como directores e outas superiores funções, desconheciam os elementos básicos de formação de um empregado bancário, como por exemplo os intervenientes de um cheque ou das letras e respectivas leis uniformes. Admitidas, pura e simplesmente, pelos compadrios ou simpatias de partidos políticos, onde não residia o indispensável brio profissional para engrandecimento da instituição, que foi sempre o seu lema, durante cerca de 150 anos de actividade. Pois claro, viveu muito à base dos briosos funcionários, por isso, pouco tempo depois, fizeram-lhe o "funeral"... Que pena, o BNU era uma escola de saber e formação de homens!
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