ANGOLA

Já nos referimos no blog sobre o papel do Banco Nacional Ultramarino na fixação monetária de Angola.
Nos poucos anos que o BNU esteve em Angola, abriu nesta Província as seguintes dependências:
Luanda: Agosto de 1865
Benguela: Janeiro de 1868
Moçâmedes: Março de 1868
Lobito: 1916
Malange: 1916
Cabinda: 1919
Lubango (Sá da Bandeira): 1920
Belmonte-Bié (Silva Porto): 1920
No Congo Belga, abriu a agência de Kinshassa em 1919.
As dependências de Angola e do Congo foram transmitidas ao Banco de Angola em 1 de Novembro de 1926

Tenho fotos de várias dependências de Angola, que me foram facultadas pelo Arquivo Histórico do BNU - CGD, com a simpatia do Dr. Miguel Costa.


(Clicar nas fotos para ampliar)Foto da Dependência do BNU Luanda fundada em Agosto de 1865


Foto da dependência do BNU em Benguela em 1868


Foto da dependência do BNU Benguela em 1929


Foto da dependência do BNU Cabinda fundada em 1919


Foto da dependência do BNU Moçâmedes, fundada em Março de 1868


Foto da dependência do BNU Malange, fundada em 1916


Foto da dependência do BNU Lobito, fundada em 1916


Não são uma maravilha estas fotos?

LÍDIA BARROS - MUSEU

Fiz uma visita às instalações da Caixa Geral de Depósitos na Rua António Maria Batista, 14 - perto de Sapadores.

(Clicar no mapa para ampliar e ver a situação do museu)


Quem me abriu a porta foi a Srª Drª Lídia Barros. Lembram-se dela da Rua Augusta? Ali trabalhou muitos anos. É não só uma mulher bonita e a simpatia em pessoa, como mostra conhecimento e paixão pelo seu trabalho no Museu.


Prometeu que vai começar a colaborar no blog, dando-nos informação sobre o Museu, o Arquivo Histórico e a Biblioteca Ultramarina.
Para visitar o Museu e consultar documentação podem os interessados marcar pelo e-mail arquivohistorico@cgd.pt ou pelo telefone 218160645.
Também podemos consultar o site do Museu, arquivo histórico e biblioteca ultramarina, clicando aqui

BOLETIM dos ESTUDOS ECONÓMICOS

Quando eu entrei para o Contencioso, no edifício do Caracol, Rua do Comércio, 84, estava lá como directora adjunta a Srª Drª Maria José Galhardo. Ela tinha estado nos Estudos Económicos e ofereceu-se como cooperante para o Banco de Moçambique. Nunca cheguei a saber os pormenores, mas sei que esteve lá presa com a acusação de sabotagem económica, que seria um crime que a revolução moçambicana inventou para meter na prisão qualquer pessoa que não satisfizesse algum capricho dalgum dirigente revolucionário. Depois de muitas diligências de políticos portugueses e anos de sofrimento da Drª Maria José, lá se conseguiu o seu regresso para o Banco em Portugal, onde ficou no Contencioso. Lidei com ela directamente e sempre me pareceu uma pessoa com muitas qualidades, com competência, simpatia e humildade. O cancro da mama levou-lhe a vida precocemente.

A Drª Maria José Galhardo foi dos técnicos que trabalharam no Serviço de Estudos Económicos, onde foram directores o Dr. António Júlio de Castro Fernandes e o Dr. Manuel Duarte Pereira.
Os Estudos Económicos produziram e publicaram o "Boletim Semanal" entre Dezembro de 1948 e Maio de 1958.
A partir de 1949, o boletim passou a trimestral e foi publicado até ao 3º trimestre de 1974.
Estas publicações têm um valor extraordinário, de tal forma que a Universidade de Aveiro promoveu a sua digitalização completa.
Podemos agora, com um simples clic do computador, ler todos os boletins publicados.
PARA LER O BOLETIM SEMANAL CLICAR AQUI

PARA LER O BOLETIM TRIMESTRAL CLICAR AQUI
(Nos LIVROS do blog, na margem direita, vão passar a figurar os boletins, que em qualquer altura o bloguista pode consultar).
Aconselho a, de vez em quando, havendo um tempinho livre, fazer uma consulta por estes extraordinários documentos. Por eles passa toda a história do BNU e toda a sua evolução económica e financeira, tanto em Portugal Europeu como no Ultramar e em paises Estrangeiros.
Mas não só o BNU era objecto de estudo e informação. Tinha secções de Notícias Económicas do País, Notícias Económicas do Ultramar e Notícias Económicas do Estrangeiro e uma secção destinada às cotações das matérias primas nas Bolsas de Lisboa, Londres e Nova York.

GOVERNADORES e ADMINISTRADORES

O primeiro presidente do BNU teve a designação de "governador", designação que se manteve até 1930, data em que o Governo do Salazar interveio no Banco e nomeou um Conselho Administrativo, aparecendo então a figura de Presidente do Conselho Administrativo, designação que se manteve até 1951.
Em 1951 passaram novamente as administrações a serem constituídas por Governador, Vice-Governador e Administradores.
Após o 25 de Abril o BNU foi totalmente nacionalizado e passou a ser dirigido por um Conselho de Gestão com Presidentes e Vogais, todos de nomeação pelo Governo. Os presidentes (ou governadores), desde a sua fundação até à sua aquisição pela CGD, foram os seguintes:

1. Francisco de Oliveira Chamiço - 1864-1888
2. Manuel Sarmento Ottolini (conde e visconde de Ottolini) -1888-1894
3. Eduardo Pinto da Silva e Cunha - 1894-1909
4. António Teixeira de Sousa - 1909-1910
5. Luís Diogo da Silva - 1910-1917
6. Manuel Carlos de Freitas Alzina – 1917-1918
7. João Henrique Ulrich - 1918-1931
8. António dos Santos Viegas - 1931-1948
9. Francisco José Vieira Machado - 1949-1972
10. João Augusto Dias Rosas - 1973-1974
11. Nuno José Espinosa Gomes da Silva – 1974-1976
12. Alberto Alves de Oliveira Pinto - 1976-1979
13. José de Oliveira Marques - 1979-1982
14. Mário Martins Adegas - 1982-1987)
15. Manuela Morgado Batista - 1987-1988
16. João da Costa Pinto - 1988-1992
17. Carlos Tavares - 1992 - 1996
18. João Salgueiro - 1996 - 2000
19. António de Sousa - 2000 - 28.05.2001 em que foi deliberada a fusão do BNU com a Caixa Geral de Depósitos, sendo, em 23.07.2001 concretizada a fusão por incorporação, mediante a transferência global do património da sociedade “Banco Nacional Ultramarino S.A." para a "Caixa Geral de Depósitos S.A."

Para ver as assinaturas de todos os presidentes clic aqui

Assinaturas dos vice presidentes
Assinaturas dos administradores

BANCO NACIONAL ULTRAMARINO - GUINÉ

Os navegadores portugueses estabeleceram contacto com a Guiné em 1446. Em 1588 fundam uma povoação, em Cacheu, que fica a sede dos capitães mores, sob jurisdição de Cabo Verde. Em 1879 é criada a Província da Guiné Portuguesa, com capital em Bolama. Em 1942 a capital muda de Bolama para Bissau. A Guiné-Bissau proclamou a sua independência em 24 de Setembro de 1973 e foi reconhecida por Portugal em 10 de Setembro de 1974.
Em 1902, o Banco Nacional Ultramarino abre a agência de Bolama.
Apresentamos fotos do BNU em Bolama.
No ano de 1903


E em 1968, com pintura a branco, mais condizente com o clima africano.



Actualmente funciona ali o Hotel Turismo


Em Bissau, o Banco Nacional Ultramarino tinha uma filial, de que apresento duas fotos, que se manteve até à independência e que passou para propriedade do Banco Nacional da Guiné-Bissau, fundado em 20 de Fevereiro de 1975.



A moeda da Guiné Bissau foi durante muitos anos a mesma de Portugal: Os réis até 1911 e, depois, o escudo.
Em 1933, o Banco Nacional Ultramarino emitiu as primeiras moedas em escudos para a Guiné, moeda que se manteve até à independencia.






Depois da independência, a Guiné-Bissau definiu o Peso como sua moeda, em 28 de fevereiro de 1976, com o mesmo valor do escudo.
Em 1 de janeiro de 1997, Guiné-Bissau aderiu à zona do Franco da União Económica e Monetária do Ocidente Africano de que fazem parte Benin, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau , Mali, Nigéria, Senegal e Togo.

OS "PUTOS" do BNU

Realizou-se mais um almoço convívio dos chamados "Putos do BNU".
Para quem não saiba, os "putos" ( cerca de 70 ), foram admitidos entre 1957 e 1965 com idades compreendidas entre os 13 e os 16 anos, e que, de um modo geral, começaram a trabalhar tão cedo devido a carências económicas das respectivas famílias.
Na feliz expressão do colega Araújo, os "putos" eram os e-mails dessa época, pois a sua missão principal era o transporte de documentos entre os Serviços e a execução de algumas tarefas de apoio, hoje executadas informaticamente.
Claro que a existência do edifício da Sede de umas dezenas de adolescentes, dava origem a episódios mirabolantes, muitos deles provocados por colegas mais velhos, como o de mandarem os "putos" lavar as fitas das máquinas de escrever, ou irem buscar um selo especial à secretária do colega Pena ( que não era mais do que um grande exemplar da típica louça das Caldas ).
Apesar de ter sido uma época difícil, daí resultou uma amizade muito forte entre todos, que se tem materializado em almoços de confraternização realizados em várias regiões do País e, onde invariavelmente, se recordam os momentos mais marcantes.

Viagens dos putos

Neste almoço, ( que não consigo identificar o ano e o local ), esteve presente o "chefe" Monteiro. Será que alguém consegue identificar o local?


Esta foto é de um encontro realizado em Chaves ( talvez há uns 20 anos ), organizado pelo colega Pires, que todos os anos fazia umas centenas largas de km, para estar presente nos ditos almoços.


No almoço deste mês estiveram também duas "figuras históricas":
-o Acácio ( antigo "serralheiro geral" e grande artista plástico premiado em inúmeras exposições ).
- e o Pastor ( que acompanhava sempre a equipa de futebol do BNU, constituída essencialmente por "putos" ).

Aproveito para prestar homenagem aos que já não podem estar presentes fisicamente, mas que serão sempre recordados com saudade:
- João Piron ( agência da Sede e Direcção de Lisboa ) ; Vitor Silva ( Títulos ); Miguel ( grande árbrito de futebol, sempre com histórias fabulosas ); Helder Ribeiro ( Dossiers ); Nuno ( Correspondência e Informações ) e o Cidra Ferreira.
Gostaria que este artigo suscitasse o interesse pela publicação de comentários ou relatos de situações interessantes, quer por parte dos "putos", quer por colegas que com eles tenham privado.

Mais fotos do almoço, onde se pode comprovar que apesar de algumas "barriguinhas", os "putos" continuam em grande forma:

Já sabe: para ampliar as fotos, clicar em cima de cada foto.