A decisão que a Administração do BNU então tomou de se estabelecer no Brasil teve a ver directamente com o grande volume de transacções que então se efectuavam entre o Brasil e Portugal e com a perspectiva do seu crescimento.
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Após o início da sua actividade e dada a boa aceitação junto do público, iniciou então o banco uma expansão progressiva, com a abertura de novas Filiais e Agências.
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Assim, abriram as Agências de S. Paulo e Santos em 1916, Belém, Recife, Campos, Pernambuco e S. Salvador em 1917, Manaus e Paraíba do Norte em 1918 e Porto Alegre, bastante mais tarde, em 1953, ano em que decorriam já negociações para a constituição de um novo banco - O Banco Ultramarino Brasileiro - cujo capital foi na sua quase totalidade, subscrito pelo Banco Nacional Ultramarino.
Decorreram pois quatro décadas entre a abertura da primeira Agência do BNU no Brasil e a transformação de todas as suas Filiais e Agências num novo Banco, ao longo das quais a sua actividade foi marcada por diferentes períodos, que iremos aqui abordar de uma forma muito sumária.
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Fazendo uma breve análise dos relatórios existentes no Arquivo Histórico do BNU, verifica-se que houve duas fases bem distintas da actividade do BNU no Brasil. A primeira foi uma fase difícil, de aprendizagem do meio, que trouxe ao Banco bastantes prejuízos e graves dificuldades; a segunda, beneficiando da experiência anterior, orientou-se por padrões bastante diferentes, atingindo resultados favoráveis.
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Assim, o período de 1913 a 1938 corresponde ao desenvolvimento da actividade bancária em condições muito difíceis, condicionada não só por graves crises financeiras e económicas que se fizeram sentir antes e depois da I Guerra Mundial, mas também por uma administração local com alguma desorientação, sem um plano de conjunto, e sem uma organização centrada, o que ocasionou grandes perdas materiais. Esta situação levou mesmo ao encerramento de algumas Agências poucos anos após a sua abertura e a prejuízos resultantes de operações mal encaminhadas e de operações cambiais desastrosas. Em números redondos, cifrou-se em 2 milhões de libras esterlinas (nessa época representando ouro - metal) o montante de prejuízos acumulados pela Sede, por força desta situação verificadas durante os primeiros 25 anos de actividade.
Consta dos relatórios, que o ano de 1939 entrou com um capital de 9 000 contos de réis, um activo repleto de contas duvidosas e perdidas e um pequeno saldo em lucros e perdas de pouco mais de 390 contos.
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É só a partir desta altura que o BNU no Brasil, auxiliado pela Sede com a remessa de acções das suas afiliadas de Londres e Paris, vai começar uma época de franca recuperação, de tal modo que, em 1945, foi possível transferir para Portugal parte dos resultados obtidos, deixando no Brasil, em amortizações, reservas e outras disponibilidades a quantia suficiente para a formação do Banco Ultramarino Brasileiro SA.
Este novo Banco, constituído com um capital na sua quase totalidade subscrito em acções do BNU, surgiu devido à necessidade de uma nova estruturação legal, forçada pelos termos do último contrato do BNU com o Estado Português e por conveniência da Administração. O pessoal afecto ao novo banco transitou quase na sua totalidade do BNU, salvo algumas modificações de cúpula, tendo continuado com a mesma orientação e processos de trabalho.
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Iniciado o Banco Ultramarino Brasileiro, em Janeiro de 1954, verifica-se um aumento espectacular das receitas. O facto das filiais do BNU terem sido transformadas em Banco autónomo, não só lhes deu maior flexibilidade na sua actuação local como lhes permitiu uma melhor adaptação ao meio.
Quando em Agosto desse ano, os acontecimentos políticos brasileiros, que culminaram com o suicídio do Presidente Vargas, provocaram levantamentos que traduziam o receio de certas perturbações internas, o Banco satisfez, com grande margem, todas as solicitações apresentadas aos seus balcões. Restabelecida a confiança política, continuou o Banco em franca ascensão.
Em 1967 começou o BNU a ser abordado no sentido de ceder a sua posição no Banco Ultramarino Brasileiro. As negociações para esta cedência arrastaram-se até 1970, ano em que o Banco Ultramarino Brasileiro é incorporado no Banco Andrade Arnault, do Rio de Janeiro, terminando assim o Banco Nacional Ultramarino a sua presença no Brasil.
Lídia Barros